No início da semana foi divulgada a ocorrência de uma fraude no Banco PanAmericano que forçou o empresário e apresentador Senor Abravanel (Silvio Santos) a pedir um empréstimo bilionário ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Então surgiu na mídia a informação de que ele teve de disponibilizar todo seu patrimônio para assegurar o pagamento, inclusive o SBT.
Advogados ouvidos pelo jornal Folha de S.Paulo asseguravam que a emissora, por se tratar de uma concessão, não poderia ser colocada à disposição como garantia, conforme noticiado pelo Adnews. Entretanto, não há impedimentos legais para essas situações, mas para que isso aconteça o Ministério das Comunicações e o próprio Presidente da República precisam acompanhar o processo, informa a Agência Brasil.
Surgiu ainda, na quinta-feira (11), uma especulação a respeito do interesse do empresário brasileiro Eike Batista em adquirir o SBT. O fato também foi desmentido, desta vez pelo próprio envolvido, que declarou em seu perfil no Twitter: "Esclarecemos que não temos interesse no Grupo SBT. Hoje foi dito que avaliamos sempre oportunidades de negócios, apenas isso."
Nesta sexta-feira (12), a própria Folha voltou ao tema com a afirmação de Silvio Santos de que venderia, sim, o SBT, se alguém se dispôr a pagar os R$ 2,5 bilhões que deve ao FGC: "vendo, é claro que vendo." Em entrevista à colunista Mônica Bergamo, o empresário declarou que sequer conhece Batista, mas passaria a emissora se ele "pagar bem". "Não precisa nem pagar para mim, paga para o Fundo Garantidor de Crédito", afirmou.
O caso
Uma fraude no PanAmericano forçou a Silvio Santos Participações a fazer um aporte de R$ 2,5 bilhões na instituição. O dinheiro teve de ser arranjado para cobrir um rombo descoberto pelo Banco Central (BC), que vai encaminhar o caso à Polícia Federal e ao Ministério Público.
Diretores do banco registravam ativos e créditos fictícios para supostamente inflar os resultados, o que possivelmente renderia bônus melhores a eles próprios. A fraude não foi descoberta nem pela Caixa Econômica Federal - que tem 49% do capital volante do Panamericano %u2013, nem pelas auditorias internas da instituição.
Os R$ 2,5 bilhões foram conseguidos por meio de empréstimo cedido pelo FGC e todo o patrimônio de Silvio Santos foi colocado como garantia de liquidez. Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Panamericano admite que "inconsistências contábeis não permitem que as demonstrações financeiras reflitam a real situação patrimonial da entidade".
É a primeira vez que um aporte desse tipo é feito no Brasil. O dinheiro equivale a cerca de 10% do patrimônio do FGC, que tinha R$ 25,8 bilhões em setembro. E o valor emprestado ao Panamericano também supera seu valor, cujo patrimônio líquido é de R$ 1,6 bilhão - o banco é o 21º no ranking mundial e tinha, em junho, R$ 11,9 bilhões em ativos.
Fonte: Adnews