domingo, 14 de novembro de 2010

Artigo: Os perigos da flexibilização da "Voz do Brasil"

A crítica carioca aplaude o ato da Comissão de Cosntituição e Justiça (CCJ)que aprovou nesta semana a flexibilização da Voz do Brasil,que é apresentada  às 19h atualmente. A reclamação do empresariado é compreensível, já que a audiência cai de 19,42% para 2,44%, segundo pesquisa do Intermeios.
No Rio de Janeiro é possível identificar tendências políticas variadas no mercado de AM e FM. De fato, há pluralidade de idéias quando o assunto é política. Se a unamidade é burra, digamos que a cidade marilhosa passou com nota 10: Sérgio Cabral agrada a troianos, mas não a gregos.
Mas o Brasil não se resume aos grandes centros urbanos.  Nos rincões do país vê-se costumeiramente ainda o voto de cabresto, uma república de ipanema construída por coronéis modernos e decadentes, onde na alta roda o PT se senta e pede apoio. No interior raramente há divergências ideológicas. Quem possui emissoras de rádio ( sobretudo após o governo Sarney) possui o poder.  Aos que ousam profanar o nome de conhecidos políticos que posam para fotos de revistas de celebridades são encaminhados para a tortura ou para a morte. A “Voz do Brasil” é um fardo que são obrigados a carregar há décadas. Chegou a hora de se insurgir contra isso. Usando, é claro, a força da opinião pública dos grandes centros urbanos.
Claro, é do centro de poder que partem as notícias, matérial primário do jornalismo. Diga-se que jamais houve um esforço para melhorar a “Voz do Brasil”, para torná-la atraente para o ouvinte. Simplesmente aplaudiram a anedota de que política é algo chato e desnecessário.
Mudar o horário da ”Voz do Brasil”  será a maior vitória deste século para velhacos e playboys da política nacional. Alguns vão ter a cara de pau de meter um vitrolão de 19h às 20h, ou fazer um programa de debates com a visão política que convém a este ou aquele político local. A dor do engano é suave como a vinheta de uma emissora de sucesso. Faz eco no futuro onde de vozes  imperam num vazio sem consciência política e social. É um grande passo para o reino da canalhice.
O texto aprovado pela CCJ ainda deverá pela Comissão de Educação e pelo plenário do Senado, antes de voltar para uma segunda rodada de votação na Câmara dos Deputados.
Os tambores da “Voz do Brasil ” vão soar baixinho um dia. É mais um demônio parido pela democracia. Que tende a engolir os nanicos perdidos em algum lugar.

Extraído de http://radiodeverdade.com/blog/

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